Papai Noel existe e vende doce ( Indo para Angola)
"Quando eu me toquei da brincadeira com o nome ri demais: Marcelo Santos Claus (Santa Claus, presentes, anti-vespéra de Natal, entenderam?) Mas coisas incríveis estariam prestes a acontecer a essa descrente aqui e infelizmente terminando o namoro de 7 anos da minha amiga Larissa."
O encontro fatídico entre meus pais e os amigos loucos (pero no mucho) ocorria simultaneamente à minha nova tentativa de conseguir dinheiro. O tal do Marcelo Claus (esse nome é uma onda) nos chamou para entregar uns presentes na casa de uma mulher com 7 filhos. O cara era uma figuraça, além de gato todo. Ele nos chamou para almoçar num restaurante chique, mas não parecia gente rica e chata. Um negão de quase dois metros, olhos claros, uma boca linda de morrer, além de legal e super simples. Isso tudo sinalizava que havia alguma coisa muito estranha no ar. Mas na hora que a gente está na empolgação e para pessoas que preferem correr o risco, satisfazer a curiosidade e alimentar a adrenalina, ou seja, pessoas como eu, isso significa diversão. Mesmo correndo o risco lá estava eu almoçando com um completo estranho que queria apenas entregar presentes para as criancinhas (Deus está vendo. Hehe). Mas eu não sou tão louca como vocês estão pensando, o enchi de perguntas, enquanto a Larissa tremia de medo.
Ele nos explicou que era simples, bastava apenas a gente ir à casa dessa família pobre e dizer a um tal de Zeca ( um garoto de 16 anos) o endereço onde se encontravam os tais presentes. Eu e a Larissa insistimos para saber do que se tratava. Mas ele foi impassível. De repente uma luz veio à minha cabeça (luz ou treva, ainda não sei). Eu perguntei se ele pagaria melhor se nós mesmas levássemos os ‘presentinhos’. (Perguntei apenas para confirmar o que eu já suspeitava). E daí a cara de anjo dele, se transfigurou em malícia e perguntou:
-Vocês teriam coragem?
Bem nessa hora o Gapão passou e viu eu e a Larissa dentro do restaurante. Eu fiquei rezando para ele não entrar, porque com certeza teria um show. Mas o cara é tinhoso demais, deu meia volta para conferir se éramos nós e começou a ligar no celular dela.Não sei porque isso irritou o ‘Papai Noel’, mas daí eu disfarcei e disse que eram meus pais, que me ligaram na mesma hora reclamando da bagunça na minha casa. Ele me perguntou novamente:
- Vocês teriam coragem?- e eu pensando como fui me meter com um traficante, cara!
Pela pergunta dele não havia dúvidas, o ‘Papai Noel’ existe e vende ‘doce’. Como eu não percebi isso antes? Como nos livrar dessa história? Nem Chapolin Colorado poderia nos defender. (aff!)
Enquanto isso o Gapão nos aguardava em minha casa com sete pedras na mão, meus pais e amigos bêbados, além da Naná (para pôr mais lenha na fogueira).